quinta-feira, 22 de julho de 2010

Yogito I (Dias 34 ao 37) 16 à 19/Jul

Após um longo período de chuvas retomamos nossas aventuras, com muito sol e calor. Nosso plano era fazer a Larapinta Trail, mas após o primeiro treinamento (que foi bem forte), os atletas descobriram que estão na idade do condor... com dor aqui, com dor ali... mas cheios de vitalidade e disposição.
Iniciamos o dia visitando o Standley Chasm, a trilha que conduzia até o gap (fenda), ia costeando um pequeno riacho repleto de pedras. Durante todo o trajeto o cantar dos passarinhos com o som da água corrente se transformava em uma verdadeira sinfonia.
Próxima parada foi em Ellery Creek para montar acampamento e apreciar a fogueira para afastar o frio de 3 graus.
No local existe um lago natural oriundo da fenda existente, não podemos resistir e logo puxamos nosso bote, o Yogito I,nome de batismo dado em homenagem ao peralta Yogi. Exploramos o lago de ponta a ponta, com direito a ancorar em algumas prainhas.





Bom pessoal, agora já conheceram mais um de nossos brinquedos. Daqui a pouco apareceremos a bordo dele ai pelo Brasil!!! Estamos partindo do paraíso conhecido como Alice Springs, agora o negócio é pé na estrada e seguir com o soprar dos ventos, logo enviamos notícias das nossas aventuras.


domingo, 11 de julho de 2010

Depois da chuva... (Dias 23 ao 27) 05 à 09/Jul

Foram 3 dias em baixo d’água. Estamos descobrindo que o tempo é totalmente imprevisível em climas áridos. Pode chover muito durante poucos dias assim como pode não chover durante meses. Mas nada melhor do que uma boa chuva, não é mesmo? Ainda mais aqui aonde a chuva tem o poder de mudar completamente a paisagem e dar vida a novas vidas.
Magaiver aproveitou o tempo: instalou o anexo de lona na casa móvel (agora temos o dobro de espaço!) e construiu um fogareiro de latinhas de refrigerante. Agora só falta comprar álcool e testar a engenhoca – ainda não sabemos ao certo quando vamos utilizá-lo mas o momento virá. Além disso, nosso Magaiver está de visual novo. Eu adorei e assim é bom pois já economizamos shampoo né, hehehe.

 
Bem, logo que o sol reapareceu aproveitamos para nos aventurar no Finke National Park, que fica a 2h de Alice Springs. Detalhe: em função da chuva o rio Finke (o rio mais antigo do mundo! Com mais de 100 milhões de anos) tava bem cheio e por diversas vezes tivemos que cruzá-lo com água no meio da porta!
O rally que fizemos no outro dia não era nada comparado à estrada de acesso ao parque. A cada travessia era uma emoção nova. Eu nervosa, agarrada no nosso Ganeshinha, rezando para que o Brukus não se afogasse. Várias vezes ficávamos esperando que outro carro passasse para então sabermos por onde seguia a estrada.
Depois de 2h (18km), conseguimos finalmente chegar. Só a aventura da estrada já tinha valido o passeio e ainda por cima o local era de uma beleza fascinante!
Montamos nosso acampamento e saímos para curtir o pôr-do-sol em cima das montanhas.
À noite novamente fomos presenteados com um céu mega estrelado e durante horas ficamos contemplando a via láctea e contando as estrelas cadentes até que nosso fogo terminasse.
No outro dia saímos para visitar o famoso vale das palmeiras. O oásis abriga raras palmeiras pré-históricas gigantes, algumas com mais de 300 anos.
Dessa vez, nada de longas caminhadas (ainda estamos nos recuperando) mas, por outro lado, esperamos até quase todos irem embora e entramos nas águas congelantes do Finke River. Acreditem ou não, até o Rafa entrou! Demorou, reclamou, mas entrou e, no final, adorou!
Vontade não tínhamos de ir embora mas fomos advertidos de que mais chuva estava a caminho e, se ficássemos, teríamos grandes chances de não conseguir mais sair do parque nos próximos dias.
Home sweet home... Até mais então, após o eclipse do sol e quando as nuvens deixarem que ele brilhe por aqui novamente.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O treinamento (Dias 21 e 22) 03 e 04/Jul

Já tínhamos deixado quase tudo pronto na noite anterior, então foi acordar cedo, tomar café e pé na estrada (literalmente!). Eram 8km de caminhada na estrada e 10km na trilha, sendo uma subida interminável de sabe-se lá quantos metros.
Importante comentar que desde que saímos o Rafa preocupado com dois trechos da estrada que estavam cobertos com água. Molhar os pés de manhã cedo nesse frio? Magaiver matutou, matutou (pensou até em levar o machado para cortar uma árvore), mas não teve jeito. Chegamos na primeira travessia, ele tentou de tudo (até a pedir carona), porém acabou tendo que colocar os pezinhos na água (Confesso que a água estava gelaaada).
Já na segunda travessia ele deu um salto e adivinhem? Enfiou o pé na água! (O pulo está filmado). Enquanto eu tirava os tênis para atravessar, como num passe de mágica, não é que aparece um casal oferecendo uma carona! Não acreditamos!!! Nem preciso dizer que foi uma risada só. Eu bem faceira cruzando no carro com os pés sequinhos e o Rafa do outro lado indignado com os pés encharcados! (hehehe)
 
Bem, esse foi só o começo! Depois dos 8km, finalmente chegamos no início da trilha isso era quase meio-dia. E daí por diante não paramos mais de subir. Eu já colocando os bofes para fora, estava que não agüentava mais, e o Rafa (preocupado para não pegarmos noite na trilha) não dava tréguas! “Vamo Jejé, não pára! Lá em cima nós descansamos!.” Eu já não sabia mais que desculpa inventar para poder descansar: fotografava tudo, bebia água, admirava a paisagem, até que cheguei no limite extremo! – Rafa, eu vou parar, se tu quiser segue sozinho! Tá, 5 minutos então, responde ele meio contrariado.
Depois de quase 2 horas subindo por entre as pedras, até que enfim chegamos no topo. Valeu a pena! A vista era de tirar o fôlego!
 

Descansamos, comemos e seguimos em frente, afinal a recém estávamos na metade. Na descida todo o santo ajuda, o problema eram realmente as pedras soltas e todo o cuidado era pouco. Éramos só nós dois na trilha, não cruzamos com ninguém o dia todo.
Chegamos de volta no acamps, eram quase 17horas e recebemos os aplausos do pessoal pois eles previam nossa chegada no mínimo para as 18horas. O treinamento foi Power. Tão Power, que não preciso dizer que os atletas quase não se mexiam no dia seguinte. O resultado foi um joelho e um pé lesionados. Mas como sempre, é errando que aprendemos, e agora já sabemos que precisamos respeitar os nossos limites.
The Larapinta Trail que nos aguarde, pois a “sorte” segue do nosso lado. 

terça-feira, 6 de julho de 2010

Estréia da barraca em alto estilo (Dia 20) 02/Jul

O plano era ter saído ao nascer do sol, mas como nosso planejamento se modifica com o soprar dos ventos, acabamos saindo já era quase meio dia (era despedida de um dos vizinhos do nosso camping). Isso, pois sabíamos que não teríamos muitos dias de sol pela frente e, por outro lado, muitos parques para serem desbravados no East MacDonnell Ranges.
Já fazia alguns dias que estávamos na espera de que a previsão do tempo confirmasse sol e o fim das chuvas, visto que havíamos planejado fazer uma longa trilha que exigiria um dia inteiro de caminhada. Como diz o Rafa: - Faz parte do treinamento Jejé. Pois é, precisamos mesmo entrar em forma pois muito em breve faremos uma parte de uma das trilhas mais conhecidas do Outback australiano, a LARAPINTA TRAIL. No total são 223Km de trilha na espinha montanhosa do MacDonnell Ranges, divididos em 12 setores. Optamos pelo setor número 9, no total 30Km por entre as montanhas. Cada um por si, ou seja, teremos que carregar todo o equipamento para camping, comida, água... enfim, precisamos urgente entrar no ritmo!
Bem, chegamos finalmente no destino principal – Trephina Gorge – no início da tarde, e tarde demais para fazer a trilha. Sem problemas, montamos o acampamento e fomos explorar o local.


E que local... se não estamos no paraíso, então o que é isto?? Além da beleza natural, o melhor era que estávamos praticamente sós.

Fomos bem preparados pois sabíamos que o frio seria cruel ao cair da noite. Dormimos encarangados, eu (jéssica) inclusive de luvas e touca. Mas isto depois do nosso primeiro barbecue australiano (finalmente o Rafa pode preparar as lingüiças que há horas estavam no congelador) com direito até a pão com alho!
E não pensem que terminou... momentos antes de nos recolhermos, fomos surpreendidos por uma estrela cadente (que mais parecia um cometa), bem na hora que os dois contemplavam a beleza indescritível da via láctea. Seria um sinal? (hehehe)

sábado, 3 de julho de 2010

O preço da brincadeira (Dias 17/18 e 19) 29, 30/Jun e 1/Jul

A alegria do rally durou pouco. Acordamos e logo já fomos verificar se o estranho barulho no Brukus tinha parado, mas ele seguia do mesmo jeito. E agora? O que fazer? Magaiver de mãos atadas... desmanchar o carro ou não? Eis a questão! Poderia ser o calço do motor... e se o motor despencar no meio da estrada?

E lá fomos nós para cidade na tentativa de desvendar o mistério. Na primeira oficina já fomos advertidos de que Land Rover somente na autorizada, ou seja, $$$. Outro detalhe, véspera de um feriadão aqui e todos os mecânicos estão mega lotados (mecânico aqui é mais requisitado que medico, é obrigatório agendar hora). Somente na autorizada foi que descobrimos o problema: as buchas dos amortecedores não agüentaram a pressao do rally e se desmantelaram. O orçamento nos arrancou os “zoio” da cara! Agradecemos e demos as costas de “zoreias” baixas. Mas, por outro lado, tínhamos a solução: bastava comprar as tais buchas e repô-las. Mas como repô-las? Magaiver pergunta para o Google: "Posso fazer eu mesmo?" A resposta não agradou. São necessárias ferramentas especificas e um certo nível de conhecimento mecânico que Magaiver ainda não atingiu (esperem só ele encontrar algum Senac por aqui, hehe).

No outro dia, voltamos para a cidade em busca de uma solução mais barata, e como diz o velho ditado: Quem procura acha! Após visitar algumas oficinas, encontramos uma especializada por 1/5 do valor e o melhor é que o Brukus vai ficar pronto para outra logo logo (bem antes do que imaginávamos).
Lições:
- Não atolar (tanto) o pé no acelerador em terreno off-road, a brincadeira pode sair cara;
- Não carregar mais o gerador no porta-malas;
- Arrumar o rádio UHF e conseguir um celular que funcione em áreas remotas;
Enfim, seremos mais cuidadosos daqui pra frente. Até a próxima aventura!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Rally do deserto (Dia 16) 28/Jun

Desde que iniciamos a viagem o Rafa estava louco para testar a tração 4x4 do BRUKUS (apelido carinhoso do nosso carro, vulgo BRUKUTUS, By Rafa). Hoje foi o dia. E que dia!!!
Saímos cedo com o nascer do sol, para conhecermos o Chambers Pillar. Trata-se de umas espécie de pilar de 80 metros de altura, localizado no início do Simpson Desert, e o único acesso é por uma estrada de chão, de 150km (somente 4x4).
 Visto que alguns trechos da estrada são perigosos, principalmente nas dunas, eles aconselharam a colocar uma bandeira colorida bem alta no carro, para que o motorista no sentido contrário possa ver o carro. Além disso, é aconselhável ter um rádio UHF, para ter informações sobre a estrada (que quando chove fica intransitável) e também por segurança. Ou, no mínimo, deve-se ter um celular que consiga receber o sinal. Bem, das 3 opções, nós tínhamos as 2 últimas, só que detalhe, nenhuma funcionando! Hehe...
O Rafa finalmente engatou a tração e saímos rumo ao Chambers Pillar, ninguém na estrada! E não é que no meio do caminho cruzamos uma pista de rally (considerada uma das mais desafiantes do mundo!). Ah, não demorou muito e nós... UAPAAAA!!! Ali, todas as trações foram testadas! Adrenalina a milhão, o pobre do gerados pulava dentro do carro e nós adorando a aventura! (Pai Lacorte, como nos lembramos de ti nesta hora!), e não pensem que foi só o Rafa o piloto, pois a navegadora também pode testar a tração na emocionante pista do rally.
Depois que muito rodar, abrindo porteiras pela estrada, finalmente chegamos no Chambers Pillar.
Longes de tudo, de encontro ao silêncio e paz supremos. Vontade de ficar ali para sempre admirando a obra de arte da nossa mãe natureza.

Mas tínhamos que voltar pois não fomos preparados para acampar. No retorno, uma vibração estranha no Brukus, mas ao menos ele nos conduziu são e salvos para casa, a noite já havia caído.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Triathlon menos 1 (Dia 15) 27/Jun

O vento soprava forte quando nos despertamos com o cantar da passarada.
A noite foi mais do que esplêndida: Além do ápice da lua cheia, tivemos um eclipse lunar parcial e o melhor, assistimos tudo de camarote na casa móvel!
Depois de um dia de descanso, hoje foi o dia dos esportes radicais!
Alice Springs (a cidade onde estamos) fica no meio de uma cadeia de montanhas chamadas de McDonnell Ranges. Existem algumas fendas (gaps) e também inúmeras piscinas naturais ou “gargantas” (gorges). Os gaps e gorges de beleza mais marcante, foram todos transformados em parques nacionais.

Hoje fomos conhecer o Simpsons Gap, que é o mais próximo de Alice Springs. Pedalamos em torno de 35km, entre as montanhas e trilhas do parque (alguns trechos tivemos que carregar as bikes, pois as trilhas ficavam impossíveis!), curtimos a beleza do lugar e rumamos de volta para casa.
Vento contra e as perninhas queimando! Mas o Rafa me ensinou a aproveitar o vácuo, que barbada!!! E ainda não terminou! Ao retornarmos, mal largamos as bikes e já colocamos as botas para escalar a montanha do nosso pátio.



Olhando de baixo, sempre parece mais fácil, entretanto a escalada nos reservou várias surpresas. Umas boas, outras nem tanto. Muuuuitas pedras soltas pelo caminho, o sol já se pondo, o Rafa preocupado com as cobras e outros moradores do local (lagartos, formigas, abelhas, aranhas, macacos...), e o pior: a montanha estava MINADA! Sim!!! Cocô de canguru para todos os lados! Impossível não pisar a cada passo! Mas o lado bom, foi a sensação de chegar no topo... Os escaladores sabem do que estamos falando. Além disso, vimos, ou melhor, fomos vistos por uma família de cangurus durante praticamente toda a aventura. As fotos revelam melhor o prêmio dos aventureiros.

Bem, terminamos nosso dia MORTOS! Também não poderia ser diferente, das 8 às 20h sem parar! Mas aquele cansaço bom de quem ama a vida esportiva!