quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Atrás das pequenas coisas estão as grandes lições

Agora foi a minha vez de desenvolver as habilidades manuais, e divido com vocês a grande lição que tive. Dois dias antes de deixarmos Perth, a Leslie me ensinou a tricotar e ainda me deu de presente um kit com agulhas, lã e inclusive um manual básico.
Mas como tudo no início, não foi nada fácil. Fazia 3 linhas, me enrolava toda e acabava tendo que desfazer tudo. Acabava nervosa e frustrada. Saímos de Perth e durante uns bons dias não queria nem olhar para o tal kit, só de medo! Com a Leslie por perto conseguíamos consertar, mas sozinha sabia que seria um deus nos acuda. E foi mesmo. Nossa, nunca imaginei que fosse tão difícil fazer tricô. Ainda por cima iniciei com um projeto para fazer meia (só depois me dei conta do grau de dificuldade) enfim, não conseguia deslanchar. Quando achava que tinha engatado, errava e acabava tendo que desfazer tudo. Cheguei ao ponto de pensar em desistir. “Isso não é pra mim”, pensei. Mas foi ai que percebi que algo devia ter por trás de tudo isto. Nada é por acaso, não é mesmo? Assim, resolvi dar uma última chance peguei o manual (dicionário do lado) e decidi começar por algo mais fácil: uma faixinha de cabeça. “Agora vai ter que ir!” nada! O tal ponto inglês é mesmo muito difícil! Larguei de mão.

No dia seguinte, acordo e dou de cara com o kit me olhando do tipo “vai me colocar no lixo?” então neste momento parei tudo e pedi que a clareza se manifestasse para que pudesse entender a razão disto estar ocorrendo. Foi então que percebi onde estava o erro. Nem bem começava o tricô já pensando no resultado final, gerando o apego a “minha criação”. Então vinha a ansiosidade e, conseqüentemente a frustração de não atingir o objetivo. Se o bom da viagem da vida é curtir a estrada a cada momento, o bom do tricô haveria de ser curtir cada pontinho sem pensar no resultado final.

Não deu outra, como num passe de mágica a faixinha ficou pronta! E foi enviada de presente para minha mestra Leslie. Então entendi que agora estava pronta para reiniciar as meias. E não é que consegui?! A primeira não ficou lá grandes coisas, mas a segunda saiu bem direitinho.

Aos poucos estou indo, tricotando pela estrada afora, curtindo cada pontinho, se der deu, se não der vamos de novo! O importante é ter lã e não perder a alegria. Já saíram polainas e o Rafa até ganhou uma touca nova!

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