sábado, 12 de fevereiro de 2011

A esperança é a última que morre (parte II) –20/Jan a 02/Fev

Muitas coisas acabam ficando para trás, caem no esquecimento, mas os momentos de “dificuldades”, ah, esses nunca esquecemos. E no fim, somos gratos a estes momentos pois, o que seria de nós sem os maravilhosos testes da vida?
Bem, ai vai o relato da história que marcou o nosso retorno para South Australia (nosso estado de origem).
Deixamos Esperance, rumo ao Nurllabor – grande deserto que liga os dois estados: do oeste (WA) com o sul (SA). Exatamente entre o nada e um pouquinho menos que o nada, nosso querido Brukus resolve adoecer. Digamos que uma febre, pois a temperatura não tinha jeito de baixar do vermelho. Enfim, levamos quase 2 horas para detectar que o reservatório de água estava rachado e retornar 20km até uma Roadhouse (paradouro de beira de estrada) que, por sorte, tínhamos acabado de passar (isso após percorrer a maior reta do mundo – 150km sem absolutamente nada).

 

E foi assim que, no dia seguinte, nos despertamos em Caiguna. A roadhouse se resumia a um posto de gasolina, uma lancheria, caravan park, 3 telefones públicos (claro que celular não tinha sinal) e 10 habitantes que ali trabalhavam. Ah, e os corvos, centenas deles. Tudo isto em pleno deserto, quase sem nenhuma sombra!
Enfim, sem criar pânico, acionamos o seguro do carro. Mas quase caímos para trás com o valor extra que teríamos que pagar pelo guincho. E como nada é por acaso, lembramos de ligar para o Mathew – nosso amigo mecânico – e não é que ele já tinha tido o mesmo problema com o carro dele? Na hora cancelamos o guincho e ordenamos um novo reservatório de uma loja em Perth. Problema quase resolvido. Só aguardar 5 dias pela peça, trocar e testar. Por sorte tínhamos bastante comida e vário passa-tempos (já estou tricotando com 4 agulhas ao mesmo tempo!).
 

Chegado o tão esperado dia da entrega e... NADA. Para completar era feriado nacional. Achamos que por isso, entregariam no dia seguinte mas também nada. E veio o calor. Dois dias de 45 graus escaldantes. As paredes da caravan ferviam e nós derretíamos.
Constantemente ligando para a empresa em Perth, até que eles descobriram que a transportadora havia extraviado a peça. Mais 5 dias de espera. Plano de ação: planejamento estratégico dos mantimentos para não faltar comida e limpeza geral da caravan para passar o tempo. Um avião aterrizou por ali e Rafa quase saiu pilotando desesperado! (hehe...)
 

E vieram as tempestades. Era um show de raios. E ainda há quem diga que não chove no deserto... Em meio a isto tudo, Rafa cantava “é isso ai... isso não é nada perto do PeruUuUu” (quem escutou a história sabe ao que nos referimos). Foram 12 dias experimentando a vida em Caiguna. Viramos locais. Até que finalmente a peça chegou!
Gray nomad Rafa vestiu o uniforme de mecânico! Dedos cruzados no momento do grande teste... e... tudo certo! Brukus estava curado. VIVA!!!
Ele devia mesmo era estar cansado... mas muito em breve nosso Brukus terá seu merecido descanso, pois já estamos em nosso estado de origem.
Será que essa viagem vai mesmo terminar???

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